sexta-feira, 30 de maio de 2008

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28 de maio de 2006 -Psicologia Aplicada

Gente, esses dias eu li no blog do Matheus (http://www.gustavoguimaraes.com.br) uma história muito interessante.

O Matheus, quando estava com 4 anos, se machucou na piscina e mesmo sendo só um raladinho, fez o 'maior berreiro'.

Reparando que o Matheus chorava mais intensamente quando olhava para o 'dodói', o papai dele (o Gustavo) teve a brilhante idéia de dizer a ele que o machucado só dói quando a gente olha pra ele. E não é que deu certo?? O Matheus parou de olhar pro dodói e parou de chorar também!

Achei isso muito engraçado, mas achei que só funcionasse com o Matheus mesmo. Mas hoje, enquanto cortava as unhas da Mel, ela fazia o maior berreiro, como sempre. Aí eu me lembrei dessa história e me arrisquei:

- Filha, só dói cortar a unha se você olhar pra ela. Se você não olhar, não vai doer. Olha pro papai...

E, surpreendentemente, ela parou de chorar e ficou olhando pro papai:

- É mesmo, mamãe... Não tá doendo mais...

É, gente... Blog de criança também é cultura!


O link para essa história está aqui:
http://www.gustavoguimaraes.com.br/arquivo/GG_arquivo_16.htm#106649828497811894

Abaixo vocês podem conferir o Matheus: (Não é uma gracinha? )





27 de maio de 2006 - Esconde-esconde

É incrivel a criatividade de algumas crianças. A minha, por exemplo.... como aqui em casa não tem muitos 'esconderijos'... olha como ela decidiu se esconder:





12 de Maio de 2006 - A Mel e a 'Doydete'

Dia desses, no supermercado, vi uma boneca a cara da Mel: Loirinha, com uma mecha roxa no cabelo (não que a Mel tenha uma mecha, mas é que a boneca de mecha fica meio maluquinha, o que, inevitavelmente, combina com a Mel ;) ), com uma bolsinha a tira colo e um óculos mucho loco.
A cara da Mel!
Fiquei empolgadíssima para comprar, mas ela já tem tantas bonecas (e não liga pra nenhuma delas) que no final das contas acabei desistindo.

Mas aconteceu que, semana passada ela teve catapora e teve que ficar com a vovó. E em uma das vezes em que falei com ela, depois que eu desliguei o telefone, ela colocou as mãozinhas na cabeça e disse para minha mãe:
- IIhhh, vovó... 'queci' de pedir pra mamãe trazer 'pisente' pra mim...
Minha mãe, claro, não aguentou e me ligou em seguida, para que a Mel pudesse pedir o tal presente...

Bom, nem preciso falar pra vocês que eu lembrei da boneca. E como não sou de ferro... acabei comprando a bonequinha mesmo... afinal, quando eu iria encontrar uma outra boneca com um óculos muito doido e o nome de 'Doydete' ?? ... rsrs

Aí, no fim-de-semana eu fui buscá-la e levei o tão esperado 'pisente'. Pra minha surpresa, ela abriu a caixa, olhou um pouco para a boneca, comentou do óculos, da bolsa, brincou um pouquinho... e depois deixou a Doydete lá no sofá... meio que abandonada.

Pouco tempo depois, minha mãe encontrou nas gavetas um sabonete velho, que a Mel acabou pedindo quando viu. Pra minha surpresa, ela não largou mais o sabonete, enquanto a Doydete ficou lá... esquecida no sofá.

Algumas horas depois eu estava no quarto quando meu pai chegou e eu escutei a Mel correndo ao encontro dele, gritando, feliz:
- Vovô, vovô, olha o que eu ganhei! Olha o que eu ganhei!

Eu fiquei alegre pensando: "poxa, que bom, ela está mais feliz com a boneca"... Mas minha alegria acabou quando escutei meu pai dizendo:
- Que legal! Um sabonete! :(

Ela tinha ido mostrar o sabonete, não a boneca.... >:(

Se eu soubesse, teria economizado 38,00 e comprado só um sabonete...

Vai entender o que se passa na cabeça dessas criaturinhas??

.......

Abaixo, vejam as fotos da Mel e a Doydete





A Mel e a Doydete - parte II

Eu contei pra vocês sobre a bonequinha que eu comprei pra Mel. Eu achei a boneca a cara dela... mas acho que ela não gostou muito não (será por causa da mecha?? :) ). Se bem que a Mel não gosta muito de bonecas mesmo... Acho que isso ela puxou de mim... eu odiava ganhar bonecas quando era criança.

Bem, mas eu não desisto muito fácil... então, ontem, resolvi tentar uma aproximação entre as duas...
Na hora da Mel dormir, coloquei a Doydete ao seu lado e disse:

- Ela vai fazer naninha com você.

A Mel ficou paralisada, olhando fixamente a boneca sem nem piscar. Eu fiquei intrigada, mas resolvi não perguntar nada, pra não interferir no 'relacionamento' das duas.
Ela ficou um tempão assim, olhando sério para a bonequinha, até que por fim olhou pra mim e comentou:

- Mamãe... esse neném não fecha o olhinho...

(Ahhh... então era esse o problema... ela estava acostumada com as outras bonecas, que fecham os olhos quando a gente as deita)

De improviso, eu arrisquei:

- É que esse neném dorme de olho aberto mesmo.

E não é que deu certo?
Ela virou de lado e apagou...

Ser criança é tão bom! Eles acreditam em qualquer coisa!


A Mel e a Doydete - parte III

Depois da fase de 'desconfiança' que a Mel teve com a Doydete, agora elas entraram na fase da cumplicidade. E as duas contra mim! :(

Vou explicar.

A Mel está com uma mania terrível de ficar batendo na gente. Ela bate em todo mundo, em mim, no Fabio, nos avós... Até as tias da Escolinha reclamaram (essa fase de violencia está se manifestando também com as outras crianças da Escola). Vira e mexe ela mete a mão em algum coleguinha. :(

Ontem, quando ela me deu um tapa brincando, (depois de eu ter explicado várias vezes que não podia bater) eu abaixei a cabeça e fiquei séria. Ela ficou me chamando mas eu não olhei (pra ela ver que eu realmente estava chateada).

Então depois de inúmeras tentativas frustradas de chamar minha atenção, ela desistiu, se levantou e disse:

- Você é chata.
Antes que eu pudesse ver onde ela estava indo, ela pegou a "Doydete" e disse pra ela:
- Né, nenê, a mamãe é uma chata.
rsrsrs... FAlando mal dos pais... Agora ela ficou amiga da boneca!


.....................

Mas, continuando a história sobre a violencia...

Embora senti muita vontade de rir quando escutei ela falando isso pra bonequinha, eu me controlei e não ri, porque percebi que era um momento único pra ensinar uma lição a ela. Então fiquei mais um tempo lá... de cabeça baixa, triste.

Depois de um tempo, a Mel voltou (com a Doydete ah-ha!), fez carinho no meu rosto e disse:
- 'Diculpa' mamãe, não era pra fazer dodói em você.
Ahhh... me deu uma vontade de rir e beijar ela logo.... mas eu me controlei e expliquei:
- Filha, não pode bater nas pessoas. Faz dodói, as pessoas ficam tristes, não pode fazer isso.
E antes que eu pedisse pra ela não fazer mais, ela mesmo disse:
- Eu não vou bater mais, mamãe.
Pronto. Agora eu perdi o controle e cobri ela de beijos. Essa é a minha garota!!

Pra quem não entendeu ainda porque o nome da nova bonequinha da Mel é Doydete, tá aí a resposta...

domingo, 25 de maio de 2008

As lembranças ruins que pululam em minha mente

O mais doloroso do estado melancólico é o momento de dormir. Quase sempre tenho insônia, mas geralmente encaro isso numa boa, isso não me incomoda. A não ser quando estou melancólica. Quando estou assim, as lembranças de coisas ruins que aconteceram comigo tomam conta de minha mente e não me deixam em paz. Eu viro de um lado, viro de outro, mas elas continuam lá... me atacando por todos os lados. E eu não tenho pra onde fugir.

Eu procuro desesperadamente por lambranças boas, mas elas parecem estar escondidas demais, em algum canto obscuro da minha mente onde eu não posso chegar. Eu procuro desesperadamente por uma lembrança boa, uma só, onde eu possa repousar, mas embora elas existam, não consigo encontrá-las.

De tanto ser atacada por lembranças ruins, depois de um tempo percebo que estou chorando. Sinto o cheiro da lágrima. Esse cheiro traz outros cheiros, os odores das lembranças ruins. Sim, minhas lembranças ruins têm cheiro.

Agora não só as lembranças, mas também seus cheiros começam a me atacar, todos de uma vez. Os cheiros são piores do que as lembranças sozinhas, pois eles fazem parecer que voltei no tempo e que estou vivvendo tudo de novo.

Sinto o cheiro daquele lugar onde trabalhei, naquela cidade horrível, com pessoas horríveis, que fizeram coisas horríveis comigo. Começo a lembrar dessas coisas horríveis. Tento pensar em outra coisa.


Sinto o cheiro da mistura do pinho-sol com remédios, que eu tomei num momento de profundo desdespero. E aí sinto novamente esse profundo desespero.


Sinto o cheiro de benzina, que ao invés de cheirar, eu tomei, também num momento desesperado. E de repente estou em 1993, no quarto dos meus irmãos, feliz por ter encontrado a benzina. Eu estava feliz porque eu realmente achava que a benzina ia me matar. Mas se não é meu fantasminha que está digitando isso aqui, acho que eu não morri. Tento fugir desse cheiro.

E então sinto o perfume que a dona daquela pensão onde morei usava... naquela cidade onde as piores coisas aconteceram comigo. Começo a lembrar dos dias solitários e tristes que passei lá naquela pensão e uma amargura profunda me invade por dentro. Tento esquecer esse cheiro também...
Mas sou atacada pelo cheiro daquele perfume 'Lavanda Pop', que O Boticário tinha, que usei toda minha adolescência, e que só me faz lembrar coisas ruins.

Ao lembrar deste perfume, também me lembro do namorado que eu tinha na época e que há algum tempo atrás me deu esse perfume de presente 'pra mim lembrar dos bons momentos que tive na adolescência'. Além de me fazer lembrar de coisas ruins, descobri quase tardiamente que um ex-namorado casado não dá um presente a uma ex-namorada por pura bondade. Graças a ele, agora esse perfume me traz mais lembranças ruins.

Eu tento desesperadamente lembrar de cheiros agradáveis, mas descubro que até os cheiros que deveriam ser agradáveis se tornaram ruins. Lembro do cheiro de rosas, mas imediatamente vem à minha mente o rosto de um velho jornalista londrinense que levou um buquê de rosas em minha casa, naquela horrível cidade, num dia em que não fui trabalhar por estar com começo de pneumonia.
Nesse dia descobri, um pouquinho antes de ser tarde demais, que homens velhos não são bonzinhos com garotinhas de 17 anos por pura benevolência.

Lembro do perfume Burberry, que eu adoro. Mas ao invés de um cheiro agradável, o que aparece em minha mente são os olhos agressivos, assustadores e intimidadores do meu ex-marido. Descubro agora que, depois dele ter usado esse perfume, eu nunca mais vou conseguir achar esse cheiro agradável novamente.

Tento lembrar de cheiros que me trazem segurança (como graxa), mas ao invés de aparecer em minha mente a imagem do meu pai ou meu irmão mais velho, mecânicos, a imagem que vem é de um ex-namorado babaca e também mecânico que me magoou muito.

Na ânsia de encontrar cheiros familiares, acabo sendo atacada pelo cheiro de remédio que o quarto da minha avó tinha, pouco antes dela morrer de câncer. A imagem dela no caixão me vem à mente, e eu sinto o cheiro das flores. As flores me levam à outros caixões, e de repente estou ao lado do caixão da Grá, fazendo carinho em seu corpo gélido, pálido e inerte. Agora sinto o cheiro das flores do caixão dela. E de repente não estou mais sentindo o cheiro das flores do caixão, e sim o cheiro das samambaias do seu túmulo.

Aí a imagem do cemitério me faz ver o futuro como se ele já fosse passado. Começo a ver a morte de pessoas que eu amo e que ainda não morreram. Mas parece tão real. Me dou conta de que um dia elas vão morrer e que não estou preparada pra isso. Começo a chorar de novo, só que desta vez com mais desespero.

O Tatu acorda com o meu choro. Ele já sabe que são as lembranças ruins e sugere que a gente durma de conchinha (geralmente isso me acalma). Mas quando estou começando a dormir começo a ter pesadelos. Desisto de tentar dormir. Minhas lembranças ruins não vão desistir. Elas não vão simplesmente desaparecer. Não hoje. Hoje estou melancólica. Estou com uma tendência natural à tristeza e ao choro.

E as lembranças boas continuam ausentes. Eu sei que elas estão lá, em minha mente, em algum lugar. Mas eu não consigo encontrar. Me levanto da cama e acendo um cigarro. Ligo o computador. Eu devia ter feito isso antes. Mas estava tão melancólica que até o computador parecia uma coisa muito chata. Entro no meu blog. E descubro, vendo meus últimos posts, o quanto estou melancólica: Músicas melancólicas, posts trágicos, melancólicos e sem nenhum sentido. Começo a escrever e ao me concentrar pra digitar, as lembranças ruins vão embora. As lembranças boas ainda não apareceram, mas as ruins pararam de me atacar. Acho que foram embora. Pelo menos por hoje.

Agora eu já posso dormir em paz.
Boa noite pra vocês.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Será que estou mesmo ficando cinza?? (e mais desabafo)

Alguém me disse que a diferença de cor das fotos abaixo se deve à diferença de luz entre elas.

Não sei... As pessoas estão sempre me dizendo que eu pareço ter uma saúde frágil, ou que eu estou pálida demais, ou que eu era bonitona e agora estou desmilingüida (Deus, essa palavra existe? rsrsrrs... Bom, não sei, mas é o que falam...)

O fato é que eu já estou consciente de que já fui longe demais.

Isso geralmente é o mais difícil... mas não pra mim, que, acreditem ou não, já superei a anorexia.

Só estou tendo uma recaída... uma constante falta de apetite que começou devido àquela maldita gripe.

O problema é conseguir voltar a comer. É um pesadelo. Não deixo de comer por medo de engordar, o problema é que eu já não sinto fome, não tenho vontade e, principalmente, não gosto de comer.

Mas eu estou me esforçando. Eu juro que estou. Hoje comi até um sorvete. E ontem, comi um lanche gorduroso, cheio de calorias e nada nutritivo do McDonalds. Podem me acusar de muita coisa... mas não de que eu não esteja tentando.

(Ahh... e por favor... se não souber de verdade o que é anorexia, não deixe um comentário aqui dizendo que não tenho cérebro. Isso não vai ajudar em nada minha falta de apetite e só vai deixar claro a sua ignorância. Ah... também não sou pró-ana, nem pró-mia. Sou só uma pessoa que sofre com um distúrbio alimentar (mental, se assim preferir) e utiliza um blog tosco pra desabafar.)

Ahh... e pra não perder o costume...
Mais uma vez, meus amigos queridos que têm paciencia o suficiente pra ler isso aqui



Perdoem os meus desabafos...

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Ok, ok... eu passei dos limites!!

Em toda recaída que eu tenho, todos me dizem que eu passei dos limites. E eu nunca acredito... até ficar doente, ou ter algum sintoma mais sério.

Na primeira vez que tive (vocês sabem o que), eu só parei quando tive anemia. Em minha primeira recaída, parei quando fui pro hospital tomar soro, com 47 kg. Na segunda, parei depois de desmaiar no banheiro. Na terceira, parei depois de ter problemas nos rins. Bom, e agora cá estou eu, 'firme e forte' numa recaída que durou cerca de 3 meses (tempo demais para uma recaída).

O Tatu e todos os amigos que sabem do meu problema e já me disseram que eu já fui longe demais. Mas eu estava tranquila... pois não estou com nenhum sintoma sério. Tipo, tenho umas tonturas, fraqueza, dores musculares, de vez em quando uma tremedeira devido à hipoglicemia... mas nada grave. Nada que eu não esteja habituada e acostumada a ter.

Mas, no último dia de aula, minha amiga Jaque me disse pra tirar uma foto de mim e comparar com as fotos do início do ano letivo.

Bem, neste fim de semana, a Mel tirou, brincando, umas fotos de mim. Eu olhei pela câmera e achei legal, então resolvi passar para o PC. Ao ver a imagem grande, no computador, confesso que fiquei chocada. Não pela magreza (não acho que estou magra), mas pela minha cor...


Eu, 4 meses atrás...


Eu, agora

O assustador é que há 4 meses atrás eu não estava queimada de sol. Essa era minha cor natural, saudável. Agora, como vocês podem percerber, estou ficando pálida, parecendo cinza.

Não sei se tem a ver com o fato de eu não comer... mas serviu pra me deixar assustada.
Estou parecendo doente.

domingo, 23 de março de 2008

Na (demente) mente de uma anoréxica

- O que você vai jantar?
- Já jantei.
- Não, você comeu um iogurte.
- É, eu jantei.
- E iogurte é janta?
- É.
- As pessoas normais comem, sabia?
- Eu como o suficiente.
- Não, você come muito menos do que seu organismo precisa.
- Eu como o suficiente.
- Sabe o que acontece quando você come menos do que seu organismo precisa?
- Hun? (com bocejo)
- Seu organismo começa a te atacar.
- Mas eu como suficiente.
- Suficiente seria 2000 calorias por dia. É o que qualquer ser humano precisa para sobreviver.
- Eu não preciso de tudo isso.
- Não fala besteira, ignorante!
- Não é besteira... eu fico sentada quase o dia inteiro, não preciso desse absurdo de calorias.
- Mas enquanto você tá sentada, seu organismo tá funcionando e pra ele funcionar, precisa ter energia.
- Energia pra que, se eu não tô fazendo nada?
- Cala a boca, ignorante. Você pára de comer, mas seu organismo continua comendo, sabia?
- Comendo as gordurinhas!
- Você não tem mais gordurinhas.
- Tenho um monte, olha aqui ó! (apertando as gorduras)
- Isso não é gordura, isso é músculo. Seu organismo já tá comendo seus músculos. Sabe o que ele vai comer depois?
- Mais gordurinha.
- VOCÊ NÃO TEM MAIS GORDURINHA. Seu organismo vai atacar seus ossos em busca de calorias e vitaminas. E quando acabar isso dos seus ossos você vai estar com osteoporose e seu organismo vai procurar isso nos seus órgãos vitais.
- Hun... por isso que aquela modelo morreu gorda mas com falência múltipla dos órgãos?
- Que modelo?
- Uma que morreu o ano passado.
- Com quantos quilos ela morreu?
- 52.
- 'Gorda'?
- É, ué. Ela já tinha ficado com 38 e não tinha morrido.
- Sabe porque ela morreu?
- Por que?
- Porque o organismo dela tirou todos os nutrientes dos órgãos vitais, e quando o peso dela voltou ao normal, os órgãos dela não conseguiram mais trabalhar.
- Por isso que é bom eu emagrecer.
- Pára de falar besteira!
- Mas é, ué. Quanto mais magra eu for, menos vou precisar comer.
- Deixa de ser louca!
- É verdade!
- Claro que não! Mesmo magra, seu organismo continua trabalhando. Seu coração precisa de energia pra bater. É preciso ter energia pro seu sangue correr pelas veias.
- Mas quanto mais magra eu for, mais fácil vai ser o trabalho do meu corpo.
- Você não vê que tá louca? Por acaso as suas veias diminuem de tamanho? Você encolhe?
- Não encolho, mas fico mais leve.
- Se você não voltar a comer como uma pessoa normal (As pessoas normais comem, sabia?) Você vai ter falência do fígado (vai ter que transplantar e ficar mais de anos na fila). Você não quer isso, quer?
- Não.
- Ou então você vai sofrer uma falência dos rins. Você já teve problema no rim da outra vez que ficou sem comer, lembra?
- Lembro.
- Se seus rins pararem de funcionar, você vai ter que fazer hemodiálase, ficar quatro horas ligadas numa máquina em um hospital. Você também não quer isso, quer?
- Não. Mas eu não vou ter isso, porque eu como o suficiente pra viver.
- Você não tá vivendo, tá vegetando.
- Desculpa aeee, meu maior prazer na vida não é comer. Não vegeto por ficar sem comer. Não é doloroso ficar sem comer.
- A é, esqueci. Você gosta de sentir seu estômago vazio, né, doente?
- Não sou doente.
- É sim.
- Meu amor, só não quero que você fique doente e não tenha mais volta. Não quero você com uma anemia profunda, ou uma leucemia. Já pensou se você tem uma falência múltipla dos órgãos e morre também, igual a modelo?
- Se eu morrer não quero ser enterrada onde eu nasci.
- Onde você quer ser enterrada?
- Aqui.
- E se a gente estiver em outro lugar?
- Você manda meu corpo prá cá.
- Ou o que restar dele.
- Mas você então manda o que restar dele prá cá.
- Só se você morrer velhinha ao meu lado, de morte natural. Se você morrer antes do tempo de anorexia, eu te enterro na cidade que você nasceu.
- Lá não, por favor!
- Enterro sim. Fica sem comer e morre de anorexia pra você ver se não te enterro lá. Daí você vai ficar presa lá naquela cidade que você tanto odeia por toda a eternidade.
- Você teria coragem?
- Claro!
- Tá. Eu vou jantar.
- E vai comer maçã(*) de sobremesa?
- Vou comer o que você quiser.
- Tá.

(*): A maçã é pra ter certeza de que a anoréxica em questão não vai provocar vômito depois de jantar. (Dói muito vomitar maçã)

sexta-feira, 21 de março de 2008

De volta ao começo.

450.

E caindo. Tontura. Tremedeira. Dores. Fraqueza. Confusão Mental. Taquicardia. Melancolia. Desespero.

sábado, 15 de março de 2008

Minha bizarra relação com a comida

Fiz Mousse de Maracujá hoje. Fiz pensando em comer. Esperei gelar. Coloquei em uma taça cerca de 300 calorias (3 colheres de sopa). Sentei. Peguei a colher. Peguei um pouquinho de mousse. Coloquei na boca. Gosto horrível. Pura gordura e umas 60 calorias. Foi só o que eu senti.

Mas um dia eu já gostei de mousse de maracujá. Mas isso foi há muito tempo... antes de eu começar a me preocupar com calorias. Agora não sinto gosto mais. Só sinto calorias.

Pepino? Delicioso! (10 calorias - um inteiro)
Mousse de Maracujá? Horrível! (110 calorias - 1 colher de sopa)

Coloquei a taça de volta na geladeira. Amanhã o Tatu come. Come a taça e todo o resto.

terça-feira, 11 de março de 2008

Fome e Melancolia

Ando sem inspiração.
Ando melancólica.
Também ando sem comer, mas essa é outra história...

Mas às vezes acho que minha melancolia tem tudo a ver com minha falta de apetite. Não sei quem é causadora de quem, mas acho que elas estão de alguma forma interligadas. Sempre que estou sem fome estou melancólica, e sempre que estou melancólica estou sem fome. Mas não sei quem aparece primeiro.


PS: Talvez eu devesse mudar o título do blog para 'comer' é o melhor remédio...

segunda-feira, 3 de março de 2008

Muitas teorias, nenhuma solução

= 1 =

De acordo com Walter Kaye, da Universidade de Pittsburgh, sentir fome deixa qualquer um nervoso - mas sentir muita fome pode ter o efeito oposto. Para Kaye, a inanição impede que chegue ao cérebro uma substância conhecida como triptofano - essencial para a produção de uma molécula estimulante chamada serotonina. "Ao comer menos, as anoréxicas reduzem a atividade da serotonina no cérebro. Isso cria uma sensação de calma, ao mesmo tempo que elas estão morrendo de desnutrição."


= 2 =

Pesquisadores da universidade americana de Virginia acompanharam 2.163 gêmeas. Descobriram que 77 delas sofriam da doença. Os cientistas observaram que a ocorrência de anorexia era mais comum entre as gêmeas idênticas que entre as não-idênticas. Concluíram, portanto, que mais de 50% do risco de desenvolver o distúrbio pode ser atribuído aos genes. Outros trabalhos isolaram uma área específica do genoma humano em que ocorrem mutações que podem influenciar o surgimento da doença.


= 3 =

"... Se nos aprofundarmos nesta idéia vamos encontrar autores e teorias que associam anorexia a uma vontade de permanecer na infância, de não crescer, um medo de amadurecer."


= 4 =

"A verdade é que nos últimos anos e embora a classificação internacional das doenças mentais ainda defina a anorexia como uma patologia do comportamento, algumas teorias mais recentes apontam para que este distúrbio comece a ser visto como tendo por base uma dependência."


= 5 =

As alterações na cognição, levando a sentimentos de angústia e resultando em comportamento anormal, são as causas dos transtornos alimentares (Garfinkel e Garner, 1982). A perda de peso pode ser vista como alívio para a angústia e inquietação.


= 6 =

Exposição hormonal no útero pode ser causa de anorexia: Estudo britânico acredita que a doença pode surgir devido a uma forte exposição hormonal dentro do útero. A pesquisa foi efectuada por investigadores da Universidade de Sussex, afirmando que uma produção elevada de estrogénio pelas mães pode afectar a estrutura cerebral do bebé, tornando-o mais susceptível de vir a desenvolver um distúrbio alimentar.


= 7 =

"... as alterações hormonais que ocorrem durante a puberdade e as disfunções de neurotransmissores cerebrais, tais como a dopamina, a serotonina, a noradrenalina e dos peptídeos opióides podem levar a um quadro de anorexia..."


= 8 =

Segundo Buckroyd (2000), estas pessoas precisaram desenvolver um quadro de anorexia nervosa para resolver um conflito interno. Só que, como este conflito está procurando ser resolvido fora do tempo, depois de ter sido reprimido e bruscamente despertado, ele manifesta-se sob a forma de uma doença psíquica.


= 9 =

O que a anoréxica deseja é ser magra, não necessariamente para ser bela, e sim para demonstrar outro tipo de poder: o de controle sobre si mesma.


= 10 =

“Algumas teorias psicológicas dão explicações mirabolantes, mas a verdade é que cada pessoa tem o seu gatilho", afirma um tal de Nabuco.

domingo, 2 de março de 2008

Melhorando?

Hoje eu não tomei café nem almocei (como de costume), mas jantei duas vezes! ... E as duas jantas continuam no meu estômago!

Não é fantástico? :)
By Gisa