sexta-feira, 30 de maio de 2008

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20 de maio de 2006 - Extra! Extra!

27/05 - Terroristas quererm levar motoristas Londrinenses para os EUA. Eles descobriram que, os Londrinenses, de posse de um volante, se tornam armas de destruição em massa... :)

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Até ela! Até ela!

Que eu vivo quase sempre no mundo da lua, todo mundo sabe. Eu só não sabia que a Mel já tinha percebido isso também.

Antes de ontem, enquanto pegava a Mel na Escolinha, as tias me deram um vidro de compota; Então eu entrei no carro, coloquei o vidro de compota no painel, coloquei a Mel no meu colo (antes que vocês me condenem, a Escolinha fica a duas quadras de casa :)), coloquei o cinto de segurança.... e pronto! O pai da Mel ligou o carro... e antes que um de nós dois lembrássemos da compota, a Mel falou:

- Mamãe, tira o vidro dali, senão vai cair e 'quebar'...

É filha.... tá melhor que sua mãe e seu pai juntos!

Vejam as fotos do 'embrulho' da compota: Um lencinho todo 'carimbado' com as mãozinhas da Mel.... Que se espatife o vidro, filha! O importante eh o lencinho...




21 de maio de 2006- Rapidinha da Mel

Ontem, fomos passear na casa da minha mãe. Antes de ir, eu estava explicando à Mel que, desta vez, ela iria voltar com a gente e não ficar posando na casa da vovó.

- Filha, você não vai dormir na casa da vovó.
E ela, protestando:
- Ahh, mamãe!! Eu 'vaio' sim!
rsrsrs Ela sabia que tinha que conjugar o verbo... só não sabia como :)


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Rapidinha da Mel

Falando em inverno, estamos usando um aquecedor em casa, o que tem deixado a Mel extremamente intrigada. Vira e mexe, ela se aproxima do aquecedor ligado, tentando 'descobrir' o que é. Ontem, o pai dela não aguentou a curiosidade quando ela ficou olhando fixamente para o aquecedor e então perguntou:

- Filha, você sabe o que é isso?

E ela, toda exibida:

- Eu sei sim, papai. É um fogão!

16 de maio de 2006 - Mel pra presidente!

Descobri que a Mel anda tão popular ultimamente...

Não sei de quem ela puxou isso, mas deve ter sido da minha mãe, pois o Fabio e eu somos um tanto 'insociáveis' :/

Pude comprovar essa 'popularidade' no sábado, véspera de dia das mães, quando fui à um Chá na Escolinha dela.
Nem era pra Mel ter ido ao Chá, mas... Como uma mãe vai deixar seu filho e ir sozinha em um Chá em Homenagem às mães??

Se a homenagem é por ser mãe... nada mais natural que estar ao lado do filho...
Depois de muito insistir, (aleguei que não tinha com quem deixar a baixinha... e afinal, eu não tinha mesmo...) e as tias enfim concordaram e no sábado, cinco da tarde, lá estávamos nós... eu e a Mel... na Escolinha.
Estávamos sentadas em volta de uma mesa e me surpreendi quando percebi que pra todo mundo que passava ela dizia:

- Oi titia...
Me surpreendi mais ainda quando me dei conta de que todas as "titias" paravam pra conversar com ela. E fiquei assustada quando percebi que depois que a 'titia' respondia e conversava um pouquinho com ela, ela olhava pra mim e dizia:

- Mamãe, essa é a mamãe de fulano...
E a 'titia' sorria pra mim (hmmm... enfim alguém me enxergou...) e começava a explicar que conhecia a Mel do portão, ou da classe do filho, ou de uma tarde no recreio...
Algum tempo depois, passava outra pessoa, e ela falava de novo:

- Oi titia...
E depois 'me apresentava' de novo... e assim foi a tarde toda... até quando chegou o fim da festa e me dei conta de que não tinha ali uma pessoa a quem não tivesse sido 'apresentada'...

Em 2030, não se esqueça: Mel pra presidente!!


14 de maio de 2006 - Catapora como aperitivo...

A mente de uma criança pode ser algo incrivelmente misterioso...

Os sintomas da catapora da Mel já passaram, ela só ficou mesmo com as casquinhas. Então todos os dias, assim que ela acorda, a primeira coisa que eu faço é ver se as casquinhas já caíram.

Hoje, para minha surpresa, quando eu disse:
- Filha, olha aqui pra mamãe ver seu rostinho...
Ela me olhou e disse:
- Mamãe, não precisa olhar. Já sarou 'meu 'capola'. Os bichinhos já comeram 'tudo o meu 'capola'.

Como ela sabia que eu ia olhar a as casquinhas da catapora? E, pelo amor de Deus, de que bichinhos ela estava falando?? :O

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28 de maio de 2006 -Psicologia Aplicada

Gente, esses dias eu li no blog do Matheus (http://www.gustavoguimaraes.com.br) uma história muito interessante.

O Matheus, quando estava com 4 anos, se machucou na piscina e mesmo sendo só um raladinho, fez o 'maior berreiro'.

Reparando que o Matheus chorava mais intensamente quando olhava para o 'dodói', o papai dele (o Gustavo) teve a brilhante idéia de dizer a ele que o machucado só dói quando a gente olha pra ele. E não é que deu certo?? O Matheus parou de olhar pro dodói e parou de chorar também!

Achei isso muito engraçado, mas achei que só funcionasse com o Matheus mesmo. Mas hoje, enquanto cortava as unhas da Mel, ela fazia o maior berreiro, como sempre. Aí eu me lembrei dessa história e me arrisquei:

- Filha, só dói cortar a unha se você olhar pra ela. Se você não olhar, não vai doer. Olha pro papai...

E, surpreendentemente, ela parou de chorar e ficou olhando pro papai:

- É mesmo, mamãe... Não tá doendo mais...

É, gente... Blog de criança também é cultura!


O link para essa história está aqui:
http://www.gustavoguimaraes.com.br/arquivo/GG_arquivo_16.htm#106649828497811894

Abaixo vocês podem conferir o Matheus: (Não é uma gracinha? )





27 de maio de 2006 - Esconde-esconde

É incrivel a criatividade de algumas crianças. A minha, por exemplo.... como aqui em casa não tem muitos 'esconderijos'... olha como ela decidiu se esconder:





12 de Maio de 2006 - A Mel e a 'Doydete'

Dia desses, no supermercado, vi uma boneca a cara da Mel: Loirinha, com uma mecha roxa no cabelo (não que a Mel tenha uma mecha, mas é que a boneca de mecha fica meio maluquinha, o que, inevitavelmente, combina com a Mel ;) ), com uma bolsinha a tira colo e um óculos mucho loco.
A cara da Mel!
Fiquei empolgadíssima para comprar, mas ela já tem tantas bonecas (e não liga pra nenhuma delas) que no final das contas acabei desistindo.

Mas aconteceu que, semana passada ela teve catapora e teve que ficar com a vovó. E em uma das vezes em que falei com ela, depois que eu desliguei o telefone, ela colocou as mãozinhas na cabeça e disse para minha mãe:
- IIhhh, vovó... 'queci' de pedir pra mamãe trazer 'pisente' pra mim...
Minha mãe, claro, não aguentou e me ligou em seguida, para que a Mel pudesse pedir o tal presente...

Bom, nem preciso falar pra vocês que eu lembrei da boneca. E como não sou de ferro... acabei comprando a bonequinha mesmo... afinal, quando eu iria encontrar uma outra boneca com um óculos muito doido e o nome de 'Doydete' ?? ... rsrs

Aí, no fim-de-semana eu fui buscá-la e levei o tão esperado 'pisente'. Pra minha surpresa, ela abriu a caixa, olhou um pouco para a boneca, comentou do óculos, da bolsa, brincou um pouquinho... e depois deixou a Doydete lá no sofá... meio que abandonada.

Pouco tempo depois, minha mãe encontrou nas gavetas um sabonete velho, que a Mel acabou pedindo quando viu. Pra minha surpresa, ela não largou mais o sabonete, enquanto a Doydete ficou lá... esquecida no sofá.

Algumas horas depois eu estava no quarto quando meu pai chegou e eu escutei a Mel correndo ao encontro dele, gritando, feliz:
- Vovô, vovô, olha o que eu ganhei! Olha o que eu ganhei!

Eu fiquei alegre pensando: "poxa, que bom, ela está mais feliz com a boneca"... Mas minha alegria acabou quando escutei meu pai dizendo:
- Que legal! Um sabonete! :(

Ela tinha ido mostrar o sabonete, não a boneca.... >:(

Se eu soubesse, teria economizado 38,00 e comprado só um sabonete...

Vai entender o que se passa na cabeça dessas criaturinhas??

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Abaixo, vejam as fotos da Mel e a Doydete





A Mel e a Doydete - parte II

Eu contei pra vocês sobre a bonequinha que eu comprei pra Mel. Eu achei a boneca a cara dela... mas acho que ela não gostou muito não (será por causa da mecha?? :) ). Se bem que a Mel não gosta muito de bonecas mesmo... Acho que isso ela puxou de mim... eu odiava ganhar bonecas quando era criança.

Bem, mas eu não desisto muito fácil... então, ontem, resolvi tentar uma aproximação entre as duas...
Na hora da Mel dormir, coloquei a Doydete ao seu lado e disse:

- Ela vai fazer naninha com você.

A Mel ficou paralisada, olhando fixamente a boneca sem nem piscar. Eu fiquei intrigada, mas resolvi não perguntar nada, pra não interferir no 'relacionamento' das duas.
Ela ficou um tempão assim, olhando sério para a bonequinha, até que por fim olhou pra mim e comentou:

- Mamãe... esse neném não fecha o olhinho...

(Ahhh... então era esse o problema... ela estava acostumada com as outras bonecas, que fecham os olhos quando a gente as deita)

De improviso, eu arrisquei:

- É que esse neném dorme de olho aberto mesmo.

E não é que deu certo?
Ela virou de lado e apagou...

Ser criança é tão bom! Eles acreditam em qualquer coisa!


A Mel e a Doydete - parte III

Depois da fase de 'desconfiança' que a Mel teve com a Doydete, agora elas entraram na fase da cumplicidade. E as duas contra mim! :(

Vou explicar.

A Mel está com uma mania terrível de ficar batendo na gente. Ela bate em todo mundo, em mim, no Fabio, nos avós... Até as tias da Escolinha reclamaram (essa fase de violencia está se manifestando também com as outras crianças da Escola). Vira e mexe ela mete a mão em algum coleguinha. :(

Ontem, quando ela me deu um tapa brincando, (depois de eu ter explicado várias vezes que não podia bater) eu abaixei a cabeça e fiquei séria. Ela ficou me chamando mas eu não olhei (pra ela ver que eu realmente estava chateada).

Então depois de inúmeras tentativas frustradas de chamar minha atenção, ela desistiu, se levantou e disse:

- Você é chata.
Antes que eu pudesse ver onde ela estava indo, ela pegou a "Doydete" e disse pra ela:
- Né, nenê, a mamãe é uma chata.
rsrsrs... FAlando mal dos pais... Agora ela ficou amiga da boneca!


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Mas, continuando a história sobre a violencia...

Embora senti muita vontade de rir quando escutei ela falando isso pra bonequinha, eu me controlei e não ri, porque percebi que era um momento único pra ensinar uma lição a ela. Então fiquei mais um tempo lá... de cabeça baixa, triste.

Depois de um tempo, a Mel voltou (com a Doydete ah-ha!), fez carinho no meu rosto e disse:
- 'Diculpa' mamãe, não era pra fazer dodói em você.
Ahhh... me deu uma vontade de rir e beijar ela logo.... mas eu me controlei e expliquei:
- Filha, não pode bater nas pessoas. Faz dodói, as pessoas ficam tristes, não pode fazer isso.
E antes que eu pedisse pra ela não fazer mais, ela mesmo disse:
- Eu não vou bater mais, mamãe.
Pronto. Agora eu perdi o controle e cobri ela de beijos. Essa é a minha garota!!

Pra quem não entendeu ainda porque o nome da nova bonequinha da Mel é Doydete, tá aí a resposta...

domingo, 25 de maio de 2008

As lembranças ruins que pululam em minha mente

O mais doloroso do estado melancólico é o momento de dormir. Quase sempre tenho insônia, mas geralmente encaro isso numa boa, isso não me incomoda. A não ser quando estou melancólica. Quando estou assim, as lembranças de coisas ruins que aconteceram comigo tomam conta de minha mente e não me deixam em paz. Eu viro de um lado, viro de outro, mas elas continuam lá... me atacando por todos os lados. E eu não tenho pra onde fugir.

Eu procuro desesperadamente por lambranças boas, mas elas parecem estar escondidas demais, em algum canto obscuro da minha mente onde eu não posso chegar. Eu procuro desesperadamente por uma lembrança boa, uma só, onde eu possa repousar, mas embora elas existam, não consigo encontrá-las.

De tanto ser atacada por lembranças ruins, depois de um tempo percebo que estou chorando. Sinto o cheiro da lágrima. Esse cheiro traz outros cheiros, os odores das lembranças ruins. Sim, minhas lembranças ruins têm cheiro.

Agora não só as lembranças, mas também seus cheiros começam a me atacar, todos de uma vez. Os cheiros são piores do que as lembranças sozinhas, pois eles fazem parecer que voltei no tempo e que estou vivvendo tudo de novo.

Sinto o cheiro daquele lugar onde trabalhei, naquela cidade horrível, com pessoas horríveis, que fizeram coisas horríveis comigo. Começo a lembrar dessas coisas horríveis. Tento pensar em outra coisa.


Sinto o cheiro da mistura do pinho-sol com remédios, que eu tomei num momento de profundo desdespero. E aí sinto novamente esse profundo desespero.


Sinto o cheiro de benzina, que ao invés de cheirar, eu tomei, também num momento desesperado. E de repente estou em 1993, no quarto dos meus irmãos, feliz por ter encontrado a benzina. Eu estava feliz porque eu realmente achava que a benzina ia me matar. Mas se não é meu fantasminha que está digitando isso aqui, acho que eu não morri. Tento fugir desse cheiro.

E então sinto o perfume que a dona daquela pensão onde morei usava... naquela cidade onde as piores coisas aconteceram comigo. Começo a lembrar dos dias solitários e tristes que passei lá naquela pensão e uma amargura profunda me invade por dentro. Tento esquecer esse cheiro também...
Mas sou atacada pelo cheiro daquele perfume 'Lavanda Pop', que O Boticário tinha, que usei toda minha adolescência, e que só me faz lembrar coisas ruins.

Ao lembrar deste perfume, também me lembro do namorado que eu tinha na época e que há algum tempo atrás me deu esse perfume de presente 'pra mim lembrar dos bons momentos que tive na adolescência'. Além de me fazer lembrar de coisas ruins, descobri quase tardiamente que um ex-namorado casado não dá um presente a uma ex-namorada por pura bondade. Graças a ele, agora esse perfume me traz mais lembranças ruins.

Eu tento desesperadamente lembrar de cheiros agradáveis, mas descubro que até os cheiros que deveriam ser agradáveis se tornaram ruins. Lembro do cheiro de rosas, mas imediatamente vem à minha mente o rosto de um velho jornalista londrinense que levou um buquê de rosas em minha casa, naquela horrível cidade, num dia em que não fui trabalhar por estar com começo de pneumonia.
Nesse dia descobri, um pouquinho antes de ser tarde demais, que homens velhos não são bonzinhos com garotinhas de 17 anos por pura benevolência.

Lembro do perfume Burberry, que eu adoro. Mas ao invés de um cheiro agradável, o que aparece em minha mente são os olhos agressivos, assustadores e intimidadores do meu ex-marido. Descubro agora que, depois dele ter usado esse perfume, eu nunca mais vou conseguir achar esse cheiro agradável novamente.

Tento lembrar de cheiros que me trazem segurança (como graxa), mas ao invés de aparecer em minha mente a imagem do meu pai ou meu irmão mais velho, mecânicos, a imagem que vem é de um ex-namorado babaca e também mecânico que me magoou muito.

Na ânsia de encontrar cheiros familiares, acabo sendo atacada pelo cheiro de remédio que o quarto da minha avó tinha, pouco antes dela morrer de câncer. A imagem dela no caixão me vem à mente, e eu sinto o cheiro das flores. As flores me levam à outros caixões, e de repente estou ao lado do caixão da Grá, fazendo carinho em seu corpo gélido, pálido e inerte. Agora sinto o cheiro das flores do caixão dela. E de repente não estou mais sentindo o cheiro das flores do caixão, e sim o cheiro das samambaias do seu túmulo.

Aí a imagem do cemitério me faz ver o futuro como se ele já fosse passado. Começo a ver a morte de pessoas que eu amo e que ainda não morreram. Mas parece tão real. Me dou conta de que um dia elas vão morrer e que não estou preparada pra isso. Começo a chorar de novo, só que desta vez com mais desespero.

O Tatu acorda com o meu choro. Ele já sabe que são as lembranças ruins e sugere que a gente durma de conchinha (geralmente isso me acalma). Mas quando estou começando a dormir começo a ter pesadelos. Desisto de tentar dormir. Minhas lembranças ruins não vão desistir. Elas não vão simplesmente desaparecer. Não hoje. Hoje estou melancólica. Estou com uma tendência natural à tristeza e ao choro.

E as lembranças boas continuam ausentes. Eu sei que elas estão lá, em minha mente, em algum lugar. Mas eu não consigo encontrar. Me levanto da cama e acendo um cigarro. Ligo o computador. Eu devia ter feito isso antes. Mas estava tão melancólica que até o computador parecia uma coisa muito chata. Entro no meu blog. E descubro, vendo meus últimos posts, o quanto estou melancólica: Músicas melancólicas, posts trágicos, melancólicos e sem nenhum sentido. Começo a escrever e ao me concentrar pra digitar, as lembranças ruins vão embora. As lembranças boas ainda não apareceram, mas as ruins pararam de me atacar. Acho que foram embora. Pelo menos por hoje.

Agora eu já posso dormir em paz.
Boa noite pra vocês.

By Gisa