Desde que parei de amamentar, a Mel só mama Mucilon de milho. Há alguns dias atrás eu resolvi mudar um pouco o mamá, para que ela não enjoasse de mamar sempre a mesma coisa. Devido aos problemas de pele que ela tem, resvolvi tentar o mamá de aveia, pois me disseram que ela 'refresca' a pele. Mamá feito, entreguei pra ela, ansiosa por saber qual seria sua reação.
Ela pegou o mamá na mão e ficou observando os pontinhos pretos da aveia se acumularem no fundo da mamadeira, intrigada. Depois de alguns minutos só olhando o mamá, ela perguntou, mostrando os pontinhos:
- É bicho?
- Não, filha... é um mamá diferente que a mamãe fez pra você.
- Mamá 'difeenti'?
- Sim, filha.
- Não é bicho?
- Não, filha, pode mamar, não é bicho.
Depois de mais alguns minutos balançando a mamadeira e vendo os pontinhos pretos se moverem de um lado para o outro, ela enfim resolveu encarar a mamadeira. E mamou tudo de uma vez só.
Quem me conheceu há uns 9 anos sabe que eu até já criei uma turma de personagens em quadrinhos, a Turma da Gibóia. Eu criava as tiras para um jornal de Ivaiporã, na época em que fazia Faculdade... (às vezes dá uma saudade...)
Eu colocaria as tiras da Gibóia aqui pra vocês verem, se elas não fossem tão ridículas.
Estávamos voltando da cidade dos meus pais há alguns dias quando a Mel enxergou, através do vidro do carro, diversas vacas pastando. Eram centenas delas e todas brancas.
Ela deu um gritinho e falou:
- Olha mamãe... quanto au-au!
- Não é au-au, filha, é vaca.
- Vaca, mamãe???
- É, filha, é vaca.
- Olha papai, quanta vaca!
- É filha, um monte de vacas!
Dias depois, estávamos brincando na garagem de casa quando passou um cachorro branco. A Mel não se conteve:
Eu fui buscar a Mel na Escolinha e ela estava lá, com o ovo de Páscoa (embrulhado ainda) nas mãos. Eu me assustei. Ela é completamente louca por chocolate. Logo imaginei que ela não fazia a mínima idéia do que tinha nas mãos... E eu estava certa.
Antes de contar do que era feito o ovo, eu resolvi descobrir o que se passava dentro da cabecinha dela:
- Filha, você sabe o que tem aí dentro? (eu perguntei, apontando para o ovo) - Ovo, mamãe. - Mas que ovo, filha? - Ovinho, mamãe, de comer.
Ehh. Eu estava certa. Na cabecinha dela, ali dentro tinha um ovo enorme de galinha. :o
Então eu comecei a explicar:
- Filha, o ovo que tem aí dentro é de chocolate. - 'Culati', mamãe?? (Ela ficou olhando para o ovo, incrédula) - Sim, filha, chocolate.
Ela continuou repetindo a pergunta até chegarmos em casa (por mais que eu afirmasse que o ovo era de chocolate, ela parecia não acreditar que existisse um chocolate tão grande... :)
Quando chegamos em casa eu sentei no chão com ela e comecei a abrir o ovo. Quando cheguei na parte de alumínio, ela exclamou um "Ooohhh"... e eu pensei: ' nossa... imagina quando ela ver que é de chocolate mesmo'...
Quando eu tirei o papel alumínio e ela viu o ovo de chocolate... Ela pirou.
Ela soltou um gritinho:
- Aaahh... mamãe... é chocolate! - É, filha. A mamãe disse que era de chocolate (não resisti. Mamãe sabe tudo.)
Aí bateu o egoismo: - Me dá, mamãe. Me dá mamãe. - Espera filha, a mamãe também quer. (Quando eu vejo chocolate boto minhas garras de fora. Deus, que espécie de mãe eu sou??) - Me dá aqui mamãe. Me dá. - Espera filha, a mamãe só vai pegar um pedacinho...
Mas aí achei que não seria justo. O ovo era dela, ela tinha que dar a primeira mordida. Então dei o ovo inteiro pra ela (considerem isso um milagre) e aproveitei pra tirar umas fotos dela se esbaldando em tanto chocolate.
Depois que ela comeu um tanto razoável, ela ficou generosa de novo. Aí ela queria levar um pouco de ovo pra filhinha da vizinha, que tem a mesma idade dela e estuda na mesma Escola. Aí já é demais. Dividir um ovo com uma criança é até aceitável. Mas duas??? Tive que intervir:
- Não, filha... divide com a mamãe. (Vocês ficariam horrorizados com o que eu sou capaz de fazer quando quero chocolate).
Como ela já tinha comido um monte, ela deu mesmo. Tão ingenua.... rsrs.
E a filhinha da vizinha dançou! (Desculpa, Natalia, mas você ganhou um ovo da Escolinha inteirinho só pra você... a mamãe da Mel, não... ) 14 de maio de 2006
Há poucas coisas que eu odeio tanto quanto tênis. Não suporto, acho a coisa mais horrível do mundo... Mas não sei por que, eu sempre acabo comprando uns. E ficam lá... jogados... esquecidos... não uso nunca! Sempre me arrependo de ter comprado... Não consigo combinar com nada!
Esses dias, meu namorado me levou a uma loja de tênis e me mandou escolher um. Depois de dar várias voltas em torno das prateleiras sem achar nada que fosse interessante, achei um pretinho, discreto, que eu talvez fosse capaz de usar.
Mas aí:
- Talvez esse aqui! - Você gostou desse? (Falando bem alto e pegando o 'tenis' na mão, pra todo mundo ver)... Foi desse tênis que você gostou? - Anran! - ... Só que isso não é um tênis, meu bem! É uma chuteira de futebol de salão!! - ...
Não, não é palavrão. Também não escrevi errado. O nome é esse mesmo. Graforréia Xilarmônica. É o nome da banda gaúcha que canta a música que a Mel mais gosta: 'Amigo Punk'
Aqui vai a música, a letra original, a versão da Mel e... o que ela entende:
Amigo punk, escute este meu desabafo que a esta altura da manhã já não importa o nosso bafo
pega a chinoca, monta no cavalo e desbrava essa coxilha atravessa a Osvaldo Aranha e entra no parque farropilha
Amanhecia e tu chegavas em casa com asa a tua mãe dá bom dia e se prepara pra marcar o gado com o ferro em brasa e não importa se não tem lata de cola eu quero agora é sestear nos meus pelego com meu cavalo galopando campo aforao meu destino é woodstock mas eu chego aonde eu ouço a voz da cordeona já escuto o gaiteiro puxando o fole vai animando a gauderiada no bolicho enquanto eu sigo detonando o hardcore
A versão da Mel, com a tradução (segundo o entendimento dela):
" Ah, ah, ah... La, laruara... lauê...
Amigo Punk (Punk é o nome do amigo de quem está cantando) Escuta este meu 'tibaco'(sovaco) Que a esta altura da manhã Já não importa o nosso bafo
Pegue a 'Chi Bota'(um tipo de sapato) Monta no cavalo e 'es brava esta conchinha'(uma conchinha brava) Atravessa 'os vale aranha'(aranha, o inseto) E entra no parque 'farro pilha'(pilha, de controle remoto)
Amanhecia e tu chegavas em casa com asa (voando) A tua mãe dá bom dia e se prepara pra 'matar o gato com o ferro e brasa'(shuashuashua) E não importa que não tem lata de cola (cola Tenaz, pra usar no caderninho) Eu quero agora 'seestilala nosmeu teleiro'(enrolation) Com meu cavalo galopando campo a fora O meu destino é 'udistoqui' mas eu chego (ela não sabe o que é Woodstock... e por enquanto, é melhor assim, mesmo)
Aonde eu ouço a voz da 'cor de iona'(uma cor desconhecida) Já escuto o 'gateiro' (um homem que tem muitos gatos) puxando o fole (ela canta certo, mas não sabe o que é...) Vai animando a 'ganeianana boiiiiicho'(enrolation) Enquanto eu sigo 'detonanono rar ióóree'(enrolation)
Não é uma gracinha o jeitinho como ela entende a música? Eu não conseguia entender porque ela gostava tanto até perguntar pra ela o que a música falava. Daí ficou claro: Na cabecinha dela, a música fala de um amiguinho, de cavalo, aranha, cola, cor, gato... pra ela, parece música de criança!
- Mãe, quando eu crescer, eu vou pra outra escolinha, daí vou fazer catequese, vestibular e depois estudar faculdade igual você! (pausa para a mamãe rir: o que a catequese tá fazendo ali no meio??) - Que legal filha! E você quer fazer faculdade de quê? - O que?? (cara da Mel de 'Tô chocada') - Tipo, a gente faz faculdade pra ser alguma coisa: médica, professora... o que você quer ser? - Ah, eu não quero ser nada, mãe. Só quero escrever igual você...
Copiando o blog do spaces prá cá eu percebi uma coisa:
Esse blog, no começo, falava muito pouco de mim, e mais das gracinhas da Mel e outras criancinhas.
Agora, virou uma salada: histórias da mamãe, do Tatu, anorexia, guerra.... Bom, então eu decidi uma coisa: Pelo menos da Segunda Guerra, eu não vou falar aqui. Vou fazer outro blog, só pra falar disso.
Acho que fica muito pesado. Tipo, no título: 'Rir é o melhor remédio' e aí, embaixo, postagens falando de guerra. Nada a ver... :/